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NR-6 (EPI) e 17 (ERGONOMIA) CAPACETES: SEGURANÇA, PERFORMANCE E CONFORTO
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NR-6 (EPI) e 17 (ERGONOMIA) CAPACETES: SEGURANÇA, PERFORMANCE E CONFORTO

por Adminstrador17 de setembro de 2012

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Os acidentes de trabalho que resultam em trauma cranioencefálico representam os de maior gravidade. Esses acidentes levam frequentemente a complicações bem como a um tempo de incapacidade as vezes maior do que em outros acidentes, além do que podem afetar o aparelho auditivo, olhos e coluna cervical. A proteção da cabeça se constitui assim problema básico para a segurança e saúde dos trabalhadores. O artigo abaixo é uma tradução de publicação de julho de 2012 no site ohsonline, de autoria de Fred Ravetto, Eng de Segurança e especialista em segurança do trabalho.

A FLEXIBILIDADE DOS CAPACETES COMO EPI VEM DESDE A SUA INVENÇÃO, EM 1919

Graças aos avanços em segurança, os capacetes tem evoluído através de décadas. Tem havido progressos mais recentes, mas sua história começa quase 100 anos atrás com o chamado “Hard-Boiled Hat” (que traduzido seria “capacete feito no fogo”). Patenteado em 1919, seu nome se origina do vapor usado no processo de manufatura. No Brasil, a palavra capacete vem de “caput”, que significa cabeça.

O capacete original era fabricado com lona vaporizada, cola e tinta preta. A primeira aplicação nos Estados Unidos foi na construção da Ponte de São Francisco. O local de trabalho tinha um problema com queda de rebites e assim era compreensível que a proteção da cabeça se tornasse necessária.

Agora evoluimos daqueles dias com materiais primitivos e sem nenhum parâmetro para um design e utilização de materiais do século 21 bem como instituições como a ANSI-American National Standards Institute (o SINMETRO no Brasil) que nos ajudam a evoluir até o próximo nível.

images2PONTOS PRINCIPAIS

Quando se seleciona um equipamento de proteção para a cabeça, é importante escolher um capacete que promova proteção não só para a cabeça, mas tambem para a face e os olhos. Conforto, ajuste e seleção adequada para o tipo de uso são elementos chave nesse processo.

O primeiro passo é que o capacete esteja de acordo com parâmetros legais (No Brasil, as regras contidas na NR-6, principalmente a necessidade do CA – Certificado de Aprovação). Os parâmetros oficiais exigem que haja proteção contra impacto e penetração e, em alguns casos, contra choque elétrico. A ANSI, órgão americano que estabelece os parâmetros de equipamentos, estabelece que os capacetes do Tipo 1 são desenvolvidos para reduzir a força de golpes no topo da cabeça, enquanto os do tipo 2 são desenvolvidos para reduzir a força tambem de golpes laterais. Existem ainda algumas caracteristicas que não estão especificadas em parâmetros oficiais, e que são importantes quando se exigir o uso do capacete durante horas por dia, 5 dias por semana. Isto inclui o tamanho, a forma, a inclinação da borda, tipo da carneira, conforto dos materiais utilizados na carneira, canaletas, almofada para sobrancelhas, dispositivo de proteção da nuca, encaixes, drenagem e ventilação.

images-1QUAIS AS NOVIDADES?

O sistema mais avançado para a proteção da cabeça inclui todos os componentes para assegurar segurança do trabalhador, incluindo alta performance e conforto.

Avanços no design de capacetes pretendem melhorar a adaptação, com a inclusão de um aro embutido para colocação de proteção auricular. Ou seja, quanto melhor a adaptação, melhor a proteção.

Procure por tipos de capacetes que tenham capacidade de ajustamento da cabeça e dispositivos de encaixe para acessórios, incluindo visores e proteção auricular. Esses acessórios devem permitir ajuste da posição da proteção facial para mais perto, afastado, ou deslocado para cima, quando não for necessário.

Lembre-se de que o sistema deve compensar o peso de escudos de proteção facial de grande tamanho sem comprometer a proteção do queixo. Um bom sistema deve permitir ao trabalhador ajustar os protetores auriculares de diversas formas. Essas proteções devem ser posicionadas verticalmente acima ou abaixo a fim de se ajustarem de forma confortável sobre os ouvidos, bem como poderem ser deslocadas acima do capacete e disponíveis para uso quando necessário. Esse sistema integrado é uma opção excelente, permitindo fácil acesso ao escudo facial e proteção auricular quando entrando ou saindo de ambientes de riscos.

Veja algumas dicas para facilitar a ajustabilidade do EPI para a cabeça e incrementar conforto e performance:

-A carneira (sistema de abraçamento da cabeça) pode ser vital para trabalhadores que oscilam suas cabeças ou trabalham sob inclinação. Essas carneiras de material plástico, são ajustadas com 4 ou cinco pontos, utilizando catracas ou um pino de fechamento; alguns capacetes devem fornecer ajuste para a altura da cabeça bem como a forma da parte posterior, permitindo ao usário buscar a melhor adaptação à sua cabeça;

-Alguns capacetes devem ter adaptadores (lâminas) com canais que facilitem a movimentação do escudo facial para perto ou longe da face, prevenindo embaçamento, principalmente quando utilizando máscaras  de forma simultânea;

-Os visores devem devem ter molas para segurar o escudo facial de forma firme quando na posição acima da cabeça, evitando que o escudo fique trepidando enquanto o trabalhador estiver andando;

-O uso de componentes não metálicos fornece isolamento elétrico;

-Os capacetes devem permitir que os protetores auriculares possam deslocar-se para cima ou para baixo sem restringir a adaptação, a performance e o conforto.

images-2CLASSES DE EPI PARA A CABEÇA

Os parâmetros devem incluir propriedades isolantes. Em alguns paises, existem classes de EPI para a cabeça em função da proteção contra voltagem, que varia de 2.200 a 20.000 volts. Outros capacetes são dimensionados somente para áreas onde não há riscos elétricos.

MANUTENÇÃO

Uma área geralmente negligenciada relativamente a EPI é a manutenção. Capacetes não são exceções e devem sofrer manutenção periódica. Um capacete sujo pode abrigar pequenos insetos e isso é muito difícil de inspecionar. Além disso, muitos trabalhadores não lêem as instruções e assim não sabem como fazer a manutenção.

Capacetes constituem um dos mais importantes EPI – eles salvam vidas e equipamentos que salvam vidas devem ser tratadas como tal.

Um sistema de proteção para a cabeça que é propriamente dimensionado e fazendo parte de todos os componentes de proteção, irá assegurar segurança, performance e conforto.

AS NRs 6 e 17
A Equipe NRFACIL

Um sistema para a proteção da cabeça envolve basicamente a observância de 2 NRs.: a NR-6 (EPI) e a NR-17 (ERGONOMIA). No site NRFACIL, abrimos as pastas dessas NRs para observar os principais regulamentos. Na pasta da NR-6, o principal aspecto relaciona-se à necessidade de que o pessoal do SESMT deve autorizar o uso somente de EPIs que tenham o CA (Certificado de Aprovação) incluindo identificação da empresa fabricante. A falta dessa exigência nos EPIs pode suscetibilizar a empresa a sofrer Autos de Infração e custos fiscais por esse descumprimento. Acidentes de trabalho em que o trabalhador utilizava EPI sem o CA pode complicar a empresa em uma ação judicial trabalhista. Veja abaixo, principalmente o item 6.9.3:

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E a NR-7 (Ergonomia), onde se exige a elaboração de Análise Ergonômica. Na verdade, a NR-17 é uma das mais mencionadas nos estudos acadêmicos e técnicos mas é uma das menos utilizadas na prática. Veja a principal exigência da NR-17 e procure estudar sobre a importância da Análise Ergonômica do Trabalho: (acesse o link sublinhado onde remetemos para um resumo bem elaborado).

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Texto principal de Frank Ravetto, Eng Seg (ohsaonline)
Tradução e Contextualização às NRs: Prof. Samuel Gueiros, Med Trab

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