Afastamentos por doenças mentais disparam no país
A notícia abaixo, publicada na última sexta-feira (25/11) na Folha de São Paulo, mostra uma tendencia já percebida por várias instituições ligadas à saúde no trabalho, em diversas publicações com estatísticas a respeito. Nesses estudos, a tendência era que somente em 2020 as doenças mentais atingissem o primeiro lugar no ranking dos distúrbios à saúde provocados pelo trabalho. A pico foi atingido antes do previsto, agora em 2011. Leia a notícia e no final uma Tabela com os principais agentes de risco ocupacional que desenvolvem distúrbios neuropsiquiátricos. Na edição desta semana da Revista NRFACIL, (Seção MEDLINE) veja um complemento desta matéria com os principais DIAGNÓSTICOS e SINTOMAS por pressões no trabalho.
DOENÇAS MENTAIS NO TRABALHO
O mercado de trabalho tornou-se um foco de doenças como depressão e estresse. A tendência já se reflete em forte aumento no número de brasileiros afastados pelo INSS por esse tipo de problema de saúde, informa reportagem de Érica Fraga e Venscelau Borlina Filhopublicada na Folha (25/11/2011).
As concessões de auxílio-doença acidentário –que têm relação com o trabalho– para casos de transtornos mentais e comportamentais cresceram 19,6% no primeiro semestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado.
Esse aumento foi quatro vezes o da expansão no número total de novos afastamentos autorizados pelo INSS.
Nenhum outro grupo de doença provocou crescimento tão forte na quantidade de benefícios de auxílio-doença concedidos entre janeiro e junho deste ano.
“Há ondas de doenças de trabalho. A onda atual é a da saúde mental”, diz Thiago Pavin, psicólogo.
Mudanças adotadas pelo Ministério da Previdência Social em 2007 facilitaram o diagnóstico de doenças causadas pelo ambiente de trabalho. Isso levou a um forte aumento nas concessões de benefícios acidentários para todos os tipos de doença em 2007 e 2008.
Os afastamentos provocados por casos de transtornos mentais e comportamentais, por exemplo, saltaram de apenas 612 em 2006 para 12.818 em 2008. Mas, depois desse ajuste inicial, tinham subido apenas 5% em 2009 e recuado 10% em 2010.
RISCOS, DIAGNÓSTICOS E SINTOMAS
Na Tabela abaixo, um quadro com os principais fatores de risco que desenvolvem sintomatologia neuropsiquiátrica importante. Veja a conclusão da matéria na Revista NRFACIL, acessando o link da Seção MEDLINE (abaixo).
FATORES DE RISCO |
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Sou engenheira de segurança e já em 2006, desenvolvi uma pesquisa a qual enumero alguns fatores de risco relacionados a organização do trabalho e suas conseqüências. Podemos partir de fatores históricos que, com a industrialização, modificaram radicalmente as relações do trabalho. O trabalho deixa de ser manual para ser mecanizado- o homem passa a ser a engenagem das máquinas. E, com o atual sistema de organização de trabalho, onde as metas ditam os salários, surge o ambiente esquisóide, agressor e as conseqüências neuropsiquiátricas.
E , o que é mais agravante, muitos dos casos ainda não são reconhecidos nem pelo sistema previdenciário, nem pelo sistema judiciário.