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NRs 18 (PCMAT), 24 (CONFORTO) e 17 (ERGONOMIA) – PORQUE TRABALHAMOS?
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NRs 18 (PCMAT), 24 (CONFORTO) e 17 (ERGONOMIA) – PORQUE TRABALHAMOS?

por Adminstrador27 de maio de 2012

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NRs 18 (PCMAT), 24 (CONFORTO) e 17 (ERGONOMIA) – PORQUE TRABALHAMOS?

Prof. Samuel Gueiros, Med Trab, Coord NRFACIL

A recente publicação de um texto básico para a nova NR-24 (CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO) estabelece inevitáveis correlações com algumas NRs, como a NR18-PCMAT (que enfatiza a importância das áreas de vivência na construção civil) e a 17-ERGONOMIA (que enfatiza a máxima adaptação e conforto do trabalhador). De certa forma, os regulamentos das NRs procuram estabelecer os parâmetros que respondam às necessidades dos trabalhadores nos locais de trabalho. Será que isso acontece mesmo?.

Portanto, vamos tentar abordar a questão: o que motiva as pessoas a trabalhar? Como mensurar a motivação e o significado do trabalho? Leia o post e participe no final de um pequeno teste, utilizando uma tabela simples, para saber se sua opinião está de acordo com os fatores considerados como os que mais influenciam na motivação ao trabalho.

A OPINIÃO DOS TRABALHADORES

Pesquisas realizadas com trabalhadores de diferentes categorias sugerem algumas respostas a essa questão, buscando identificar o que energiza o comportamento do ser humano, ou seja, neste caso, porque trabalhamos?

Esses estudos abordam a questão de forma metodológica e objetiva, e assim podem contribuir para que os profissionais do SESMT tenham uma referência durante a implantação dos programas de segurança e saúde em suas áreas de trabalho.

HISTÓRICO

piramide_de_maslowA preocupação com a motivação e a expectativa não é recente, e vem desde a década de 50, quando Maslow apresentou a sua teoria das necessidades básicas, que gerou o chamado Ciclo Motivacional.

Quando o ciclo motivacional não se realiza, sobrevém a frustração do indivíduo que poderá assumir várias atitudes:

  1. Comportamento ilógico ou sem normalidade;
  2. Agressividade por não poder dar vazão à insatisfação contida;
  3. Nervosismo, insônia, distúrbios circulatórios/digestivos;
  4. Falta de interesse pelas tarefas ou objetivos;
  5. Passividade, moral baixo, má vontade, pessimismo, resistência às modificações, insegurança, não colaboração, etc.

De acordo com Maslow, as necessidades básicas constituem a sobrevivência do indivíduo e a preservação da espécie: alimentação, sono, repouso, abrigo, etc. As necessidades de segurança constituem a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga e o perigo. As necessidades sociais incluem a necessidade de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor. As necessidades de auto estima envolvem a auto apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e consideração, além de desejo de força e de adequação, de confiança perante o mundo, independência e autonomia. As necessidades de auto realização são as mais elevadas, de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de auto desenvolver-se continuamente.

A PRODUTIVIDADE E OS 5S

Procurando evitar que a frustração do ciclo motivacional perturbasse a produtividade, as organizações passaram a valorizar os estudos sobre a motivação no trabalho, de forma a responder da melhor forma às expectativas dos trabalhadores e assim manter a sua produtividade no mais alto nível. Uma das consequências dessa linha de pensamento foi o aparecimento dos 5S, que apareceu no Japão e se popularizou no Brasil. A que NR você acha que estão relacionados os princípios dos 5S? se você acertar aqui, certamente vai acertar no teste abaixo.

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TEORIA DA EXPECTÂNCIA

Uma linha de estudo muito importante faz um upgrade da teoria de Maslow constituindo a chamada Teoria da Expectância ou da expectativa. Nesses estudos considera-se a motivação como um fenômeno complexo porém entende-se que ela se constitui um comportamento contínuo, constante. A motivação não é assim um comportamento isolado ou uma variável que se apresente de forma periódica. A motivação praticamente regula de forma contínua a interação do indivíduo com o seu meio, principalmente no trabalho.

Essa teoria aborda variáveis já conhecidas, como o resultado do trabalho expresso como salário, promoções e períodos de férias. Envolve também os sentimentos dos trabalhadores em relação aos resultados, em termos de atração e satisfação antecipada. Estabelece também um valor atribuído entre a execução e a obtenção dos resultados, sempre presente na mente dos trabalhadores. E, finalmente, a própria expectativa, como a relação percebida entre o esforço e o rendimento. Ou seja, o indivíduo gera ele mesmo expectativa acerca de seu trabalho, após avaliar a relação entre o esforço e o rendimento. Ao atribuir-se uma pontuação a cada fator tem-se como resultado a chamada Força Motivacional. No Brasil essa teoria representou a base para desenvolver o que se chamou de Inventário de Motivação e Significado do Trabalho (ISMT), que se constituiu a base para alguns estudos com populações de trabalhadores. Outro estudo fez uma análise similar, mais sintética.

TABELA DE INDICADORES:
UM TESTE PARA VOCÊ ESCOLHER O GRUPO

Esse Inventário inclui alguns atributos de acordo com a tabela abaixo. Na primeira coluna, um indicador de expectativa e na segunda o conteúdo desses indicadores. Tente imaginar qual a coluna que obteve mais pontos. Leia a Tabela, escolha o indicador que você acha que recebeu a maior pontuação e veja o resultado abaixo.


EXIGÊNCIAS SOCIAIS

Fazer dariamente tarefas parecidas, contribuição ao progresso social, usar o pensamento na execução das tarefas, reconhecer a autoridade dos superiores, sentir-se atarefado, sentir-se ocupado, sentir-se gente, o de capacidades intelectuais, reconhecimento de relações de autoridade;


TRABALHO JUSTO

Que proporcione segurança física, higiene e conforto nos locais de trabalho, garantia dos direitos da igualdade e proporcionalidade entre o seu esforço e as recompensas, limpeza no ambiente de trabalho, sentir-se querido pelos colegas, ganhar suficiente, do acolhimento interpessoal tanto pelos colegas como pelas chefias e do respeito como pessoa (que opina); equipamentos adequados, conveniência de horário, cuidados necessários à higiene no trabalho, sentir que os chefes confiam e poder influenciar nas decisões

ESFORÇO CORPORAL
E DESUMANIZAÇÃO

Quando o trabalho representa esforço corporal (físico) na forma de uma carga (pesado), num ritmo acentuado (concluir com pressa) e desumanizado, que implique em discriminação e esgotamento (um fardo) e que leve ao desgaste; ganhar pouco pelo trabalho que faz;

REALIZAÇÃO PESSOAL

Que proporcione prazer, exija raciocínio (desafio), direito e recompensas, autovalorização, interesse pela tarefa e crescimento pessoal – ou seja, prazer.

SOBREVIVÊNCIA

Que garanta sustento pessoal e familiar

Tabela baseada nos estudos citados (links)

Quem respondeu ao indicador de TRABALHO JUSTO, ganhou este quizz.  Porisso, pode-se concluir por essa pesquisa, que a NR-24 constitui-se uma das mais importantes NRs, devendo ser dada às suas regras a máxima atenção por parte dos profissionais do SESMT.

Veja de novo o Grupo apontado pela maioria dos trabalhadores como o que melhor expressa a motivação no trabalho.

TRABALHO JUSTO

Que proporcione segurança física, higiene e conforto nos locais de trabalho, garantia dos direitos da igualdade e proporcionalidade entre o seu esforço e as recompensas, limpeza no ambiente de trabalho, sentir-se querido pelos colegas, ganhar suficiente, do acolhimento interpessoal tanto pelos colegas como pelas chefias e do respeito como pessoa (que opina); equipamentos adequados, conveniência de horário, cuidados necessários à higiene no trabalho, sentir que os chefes confiam e poder influenciar nas decisões

TRABALHO ESCRAVO

Não é sem razão que na definição de trabalho escravo ou de análogo à escravidão, a questão não é apenas a manutenção do trabalhador privado de sua liberdade mas a inserção do trabalhador em um ambiente injusto, que atenta contra a sua dignidade de ser humano.

Estudos sobre o trabalho escravo mostram que a senzala moderna pode ser assim chamada por possuir as mesmas características da senzala do período colonial. São feitas de madeira, lona ou barro, em meio ao mato, para dificultar a descoberta por agentes do Ministério do Trabalho. Também não possuem banheiro ou cozinha ou espaço adequado para o descanso dos trabalhadores, como também não possuem, na maioria das vezes, ventilação adequada ou iluminação. No local de trabalho, estão igualmente sujeitos às intempéries e à vigilância ostensiva dos capatazes, sendo castigados quando não executam o trabalho corretamente, quando querem fugir ou quando desrespeitam a lei do patrão.

A NR-18 (PCMAT)

Uma outra NR que tem estreita vinculação com o Grupo do TRABALHO JUSTO escolhido acima é a NR-18, que exige a implantação de áreas de lazer e refeitórios, instalação de ambulatório médico, banheiros, alojamentos, telefones comunitários e bebedouros com água filtrada.

Por sinal, essa é uma área das mais fiscalizadas pelo Ministério do Trabalho, sendo responsável por garantia de condições dignas e de conforto nos locais de trabalho. Sob esse aspecto, considera-se que a exigência para a inclusão das áreas de vivência nos canteiros de obra representa uma das maiores conquistas dos trabalhadores. São nesses locais que o trabalhador faz suas refeições, toma banho, passa suas horas de folga e às vezes moram durante a construção.

A NR-17 (ERGONOMIA)

Veja uma reprodução do item 1 da NR-17, que relaciona as principais variáveis da Ergonomia e incluem as preferências do Grupo sobre o Trabalho Justo:

-adaptação
-características psicofisiológicas
-máximo de conforto, segurança e desempenho

NR-17 – ERGONOMIA (117.000-7)
ITEM TEXTO COD / INF
17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

CONCLUSÃO

Em todas as pesquisas, com diferentes categorias de trabalhadores, o TRABALHO JUSTO aparece como o Grupo de Indicadores mais importante e considerado assim como a principal motivação para o trabalho.

Prof. Samuel Gueiros

Sobre o Autor:
Adminstrador
2Comentários
  • 29 de maio de 2012 até 16:07

    Realmente,
    como diz o amigo Ronaldo o investimento de uma empresa é também considerado quando está incluso planos de saúde de seus colaboradores.

  • Volnei Ricardo
    17 de junho de 2012 até 17:43

    Perfeito. Trabalho com assessoria e percebo que as empresas que tem uma boa higiene industrial e ocupacional mesclado à boas condições de trabalho tem um diferencial perceptível aos olhos da concorrência, pois demonstram além de tudo, preocupação com a saúde e bem estar das pessoas assim como com a organização num todo.

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