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(NRs-11, 12, 18) ANALISANDO ACIDENTES COM MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS
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(NRs-11, 12, 18) ANALISANDO ACIDENTES COM MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS

por Adminstrador9 de fevereiro de 2014

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Os últimos acidentes de trabalho em obras da Copa-2014 e em uma grande autopista no Rio de Janeiro, trazem à discussão  uma das atividades de maior risco em segurança no trabalho: o transporte de cargas ou a circulação de equipamentos para transporte de cargas. Essas atividades envolvem diversas variáveis de risco, como a carga, o equipamento transportador e os operadores, além de condições climáticas e do piso onde se desenrola a operação. Tais acidentes acabam gerando outros transtornos e acidentes secundários, como interdição de pistas, do tráfego público, incêndios, problemas ambientais e paralisação de obra. Além disso ocasionam enormes prejuízos incluindo danos patrimoniais e sobretudo a vida de trabalhadores. Na maioria dos casos analistas apontam a falta de planejamento e de supervisão como as principais causas originárias.

Em um Estudo publicado na Internet, o Eng de Segurança Francisco Navarro, da UFF, analisa a questão de forma sistemática estabelecendo categorias de problemas, os riscos associados e uma estatística de causas principais de acidentes observada em um determinado número de ocorrências.

Selecionamos apenas 3 exemplos de categorias, provavelmente as mais comuns, podendo-se buscar os demais resultados do Estudo no link abaixo da tabela. A fim de sumarizar alguns achados do Estudo do Prof. Navarro, elaboramos uma Tabela com 3 variáveis: 1) a categoria do problema; 2) o risco associado; e 3) uma estatística relacionada às ocorrências, com os dados do Estudo:

ACIDENTES COM TRANSPORTE DE CARGAS (fotos do Estudo)

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CATEGORIA 1

RISCO

DIMENSIONAMENTO
DOS EQUIPAMENTOS

Dimensionamento inadequado do
equipamento de movimentação de carga

ESTATÍSTICA (em 385 ocorrências)

01 Falta de Inspeção completa do equip e seus acessórios 90%
02 Equipamento inapropriado para a carga a ser transportada 85%
03 Capacidade dos acessórios e cabos (subavaliada) 75%
04 Existência de obstáculos 65%
05 Capacidade de carga do terreno (subavaliada) 50%
06 Inabilidade do Operador 50%
07 Geometria da peça (exigência de equipamentos auxiliares) 45%
08 Características do terreno 40%
09 Condições ambientais adversas (chuva e vento) 35%
10 Local inapropriado 35%
11 Falha estrutural do equipamento 25%
12 Dimensões e Pesos das Cargas 20%
13 Acessibilidade do equipamento e da carga 20%
14 Falta de um adequado isolamento da área 15%

 

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CATEGORIA 2

RISCO

ENVOLVIMENTO DOS TRABALHADORES

Queda das cargas ou acidentes
envolvendo os trabalhadores

ESTATÍSTICA (em 270 ocorrências)

01 Características das cargas (principalmente em sua geometria) 95%
02 Passagem de equipamentos nas proximidades 90%
03 Trajeto apresentando obstáculos e interferências 85%
04 Dificuldade de manuseio de cargas (pontos de pega inadequados) 80%
05 Falta de um adequado isolamento da área 80%
06 Transposição de obstáculos (tanto de altura como no mesmo nível) 75%
07 Cargas com excesso de umidade ou de óleo 65%
08 Deficiência de nivelamento ou de obstáculos no piso 55%
09 Peso excessivo ou concentrado de cargas 45%
10 Imperícia ou imprudência do trabalhador 45%
11 Excesso de pessoas no entorno da operação de transporte 35%
12 Falta de sinalização adequada 35%
13 Cargas com extremidades agudas 35%

 

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CATEGORIA 3

RISCO

TOMBAMENTO DO
VEÍCULO TRANSPORTADOR

Tombamento do equipamento de guindar/transportar
(condições do terreno)

ESTATÍSTICA (em 420 ocorrências)

01 Obstáculos ou obstruções nas vias 95%
02 Desníveis existentes nas vias 90%
03 Obstruções nas passagens (viadutos e passarelas mais baixas) 85%
04 Capacidade do piso 70%
05 Inadequação do piso ao tipo de transporte 65%
06 Contenção do terreno 40%
07 Falha na estiva por onde transitavam os veículos 35%
08 Falta de planejamento da atividade 30%
09 Rompimento de sapatas de distribuição da carga no veículo 20%
10 Falhas mecânicas 5%

 

Mencionamos outras categorias citadas pelo autor cujos detalhes podem ser acessados no link ao final (fonte):

ROMPIMENTO DOS PONTOS DE PEGA
QUEDA DOS MATERIAIS TRANSPORTADOS
ARRUMAÇÃO OU DISPOSIÇÃO DAS CARGAS
ROMPIMENTO DO CABO OU CINTA DA CARGA

Fonte: Engo. Antonio Fernando Navarro (slideshare)

AS NRs

Selecionamos alguns itens de NRs correlacionados ao tema, os quais orientam empresas e trabalhadores na prevenção de acidentes com transporte de cargas. Observe que esses itens contemplam praticamente todas as ocorrências mencionadas no Estudo relacionadas a esse tipo de acidente. Daí a importância de não somente conhecer mas manusear as NRs de forma correta e prática para a sua efetiva aplicação e não apenas consulta.

No site NRFACIL cada NR encontra-se em uma pasta, sendo possível acessar todo o texto ou selecionar itens da NR através de um índice remissivo. Acesse no site a pasta da NR mencionada e veja o texto correspondente aos destaques do remissivo. A seguir, colocamos infográficos de algumas NRs como exemplos.

A primeira NR selecionada (abaixo) é a NR-11 (TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, MANUSEIO E ARMAZENAGEM DE MATERIAIS) e no Remissivo escolhemos o item que estabelece principalmente regras de segurança para os cabos de aço, roldanas, correntes e ganchos. Nos acidentes em estádios da copa, atribui-se grande parte das falhas a esses itens dos equipamentos. Acesse o texto completo no site (www.nrfacil.com.br).

nr11

A segunda NR que selecionamos (abaixo) é a 12 (MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS). Observe o item em destaque do Remissivo (Aspectos Ergonômicos). Este item acrescenta mais detalhes à NR-17 (Ergonomia) no que diz respeito às condições para favorecer a confiabilidade das operações com redução de probabilidade de falhas. No acidente do Itaquerão, destacou-se que um TST havia alertado que a operação não iria ser confiável em função da instabilidade do terreno. Acesse a NR no site e leia o texto completo.

nr12

A terceira e última NR que escolhemos é a 18 (PCMAT) com  a seleção do item Treinamento, aspecto indispensável na prevenção de qualquer tipo de acidente, especialmente os ocorridos no transporte e movimentação de cargas. O treinamento deve ser previsto não só para o início de cada fase da obra mas sempre que se tornar necessário. No acidente da autopista no Rio de Janeiro, tudo indica que o operador não recebeu treinamento adequado para a prevenção de uma ocorrência mecânica no veículo. O Estudo do Prof. Navarro enfatiza exatamente a falta de planejamento e supervisão, que só pode ser viabilizado com um adequado treinamento dos trabalhadores nas suas diversas funções:

nr18

Acesse no site as pastas das NRs e navegue pelo Remissivo, procurando os itens correlatos ao assunto. Você tambem pode acessar pastas de outras NRs que certamente estarão relacionadas bastando abrir a pasta e selecionar no Remissivo o item desejado. Apenas o texto do item selecionado será projetado, não sendo necessário ter que procurar em toda a NR.

Finalmente, agradecemos a autorização do Prof. Navarro para a publicação de parte do seu Estudo neste Blog.

Boa leitura!

Samuel

Rodape

Sobre o Autor:
Adminstrador
1Comentários
  • ney jose dos santos farias
    17 de fevereiro de 2014 até 18:49

    Não observei nada em relação a comunicação: rigger/operador;fundamental no evento, principalmente se o operador não tem visibilidade da peça içada e a comunicaçao e atraves radio ht

    abç tst ney

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