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NR 6 (EPI) ENTENDENDO AS NECESSIDADES DA PRÓXIMA GERAÇÃO DE TRABALHADORES
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NR 6 (EPI) ENTENDENDO AS NECESSIDADES DA PRÓXIMA GERAÇÃO DE TRABALHADORES

por Adminstrador2 de dezembro de 2012

 O estudo dos fatores populacionais na sociedade como um todo tem contribuido para entender o comportamento e as necessidades da população dos trabalhadores, principalmente aqueles relacionados ao EPI.

Este artigo faz referência à influência dos fatores demográficos a partir das décadas de 50 e 60 nos Estados Unidos e que se aplicam tambem ao Brasil.  Naquelas décadas houve o fenômeno chamado “baby boomer”, expressão utilizada para explicar uma explosão de nascimentos logo após o término da II Guerra Mundial. As pessoas estavam animadas com o fim da Guerra, viam o futuro com otimismo e assim passaram a “fazer mais filhos”. Esses bebês estão agora com 60 anos, na idade da aposentadoria, mas foram beneficiados ao longo desses anos pelas conquistas das ciências médicas e sociais para aumentar a qualidade e expectativa de vida. Porisso, sentem-se ainda dispostas para continuar trabalhando além da idade da aposentadoria (60 anos). No Brasil, a expectativa de vida já subiu para 74 anos.

O artigo abaixo, escrito por uma especialista em marketing industrial e traduzido para o Blog NRFACIL pelo Prof. Samuel Gueiros, discorre sobre como deve ser a ênfase no desenho de EPI para trabalhadores de idades diferentes e assim ajudar a responder às necessidades dessa população em termos de equipamentos de proteção, principalmente a proteção de mãos. Trata-se de artigo de interesse dos profissionais do SESMT (NR-4) responsáveis pela implantação e fiscalização dos equipamentos de segurança dentro das empresas.

 

As necessidades desses trabalhadores variam por
idade bem como por preferências pessoais

Quando se considera a próxima geração de trabalhadores pensa-se em um tipo jovem que deve ser relativamente novo no mercado de trabalho.

Entretanto, de acordo com o Centro de Envelhecimento e Trabalho no Boston College, a próxima geração de trabalhadores provavelmente irá combinar trabalhadores jovens e trabalhadores idosos devido ao fato de que 4 de cada 5 trabalhadores nascidos nas décadas de 50 e 60 planeja continuar trabalhando após a idade de aposentadoria – seja porque eles querem trabalhar ou porque eles precisam de um ganho extra.

De acordo com o Ministério do Trabalho nos Estados Unidos, cerca de 40 milhões de pessoas irão entrar no mercado de trabalho, 25 milhões irão deixar e 109 milhões permanecerão até depois da próxima década. A força de trabalho será composta por um número crescente de trabalhadores em idade menor do que 25 e maior do que 45, com um declínio no número de trabalhadores na meia-idade. Essa combinação de trabalhadores jovens e idosos obrigará às empresas a desenvolver equipamentos de proteção que atendam às necessidades de trabalhadores de acordo com a sua idade.

PROTEÇÃO DE MÃOS
Trabalhadores estão produzindo mais do que nunca. Estatísticas registram um aumento de 16% em 2010 mais do que na década anterior, mesmo com a Recessão e o fato de que algumas indústrias manufatureiras praticamente desapareceram. Quando as estatísticas combinam-se com o brusca queda no emprego, os números mostram que a produtividade na indústrias de manufatura subiu 74% entre 2000 e 2010. Com a expectativa de que a produtividade continue a subir, trabalhadores de todas as idades estarão aptos a pegar esses empregos, de forma a mais rápida, precisa e segura quanto possível. Sua performance depende, em parte, em ter as luvas certas e o nível apropriado de proteção para seu trabalho.

A proteção e confiança estão intimamente relacionados à produtividade, com as empresas incorrendo em custos maiores – e perdas significativas – quando os trabalhadores sofrem lesões. Mesmo pequenos ferimentos irá obrigar os trabalhadores deixarem a linha de trabalho e procurar os serviços de primeiros socorros. Empresas que protegem adequadamente os trabalhadores de corte, queimaduras, ferimentos e outros tipos de lesões, diminuem seus custos de indenização e despesas médicas. Eles ainda aumentam a confiança e produtividade dos trabalhadores.

CONFORTO
Pesquisas confirmam que os trabalhadores acreditam que o conforto é tão importante quanto a qualidade da proteção de seus equipamentos. Fabricantes de luvas deverão desenhar produtos que proporcionem o melhor nível de proteção contra cortes ou agentes químicos. Entretanto, se as luvas falham para assegurar suficiente nível de conforto, os trabalhadores irão recusar o seu uso por longos períodos. Os trabalhadores geralmente removem as luvas ou fazem ajustes (tipo cortar os “dedos” ou os pulsos das luvas) quando esses produtos se mostram desconfortáveis ou restringem seus movimentos. Eles tambem tentam substituir por outros produtos que tragam conforto.  Uma grande companhia química descobriu que os empregados geralmente trazem suas luvas para o trabalho porque eles sentem que as luvas da empresas não promovem suficiente conforto. Trabalhadores as vezes escolhem uma luva popular que está geralmente disponível em pontos de venda de acessórios diversos. O produto é reconhecido pelo seu conforto e estilo, tornando-o mais atraente. O problema é que essas luvas podem não oferecer a resistência química necessária, o que pode resultar em lesão.

Diversos fatores afetam o conforto e performance do trabalhador, incluindo destreza, capacidade tátil e aderência. Caraterísticas que aumentem a destreza permitem as mãos e dedos uma mobilidade mais solta e aumentam a sensação de toque nas pontas dos dedos. Luvas que promovem destreza e sensibilidade tátil são especialmente benéficas para os trabalhadores que precisam manusear peças pequenas nas operações de montagem e empacotamento.

Aderência é um fator de conforto porque os trabalhadores precisam aplicar mais força se as luvas não permitem que eles segurem os objetos de forma segura. Essa força adicional resulta em câimbras e fadiga e podem causar lesões por esforço repetitivo, como síndrome do túnel do carpo e tendinite.

DESIGN ERGONÔMICO
Vários estudos indicam que luvas desenhadas de forma egonômica podem ajudar a reduzir lesões por esforço repetitivo e desordens musculoesqueléticas, especialmente em trabalhadores idosos. Trabalhadores acostumados a um design ergonômico em equipamentos esportivos construídos de forma a facilitar a transpiração e utilizando materiais leves, precisam dessas mesmas características em sua proteção de mãos. Luvas devem ser adaptadas à forma da mão e permitir suporte necessário para tarefas específicas. Elas precisam tambem se ajustar de forma adequada, porque luvas muito pequenas podem restringir os movimentos e o fluxo sanguíneo levando a câimbra, fadiga e suor excessivo. De outra forma, luvas muito grandes e pesadas podem interferir nos movimentos das mãos, podem ser capturadas por equipamentos ou ainda cairem das mãos. Uma adaptação apropriada pode beneficiar trabalhadores que sofrem de artrite.

APARÊNCIA
Trabalhadores podem comparar suas luvas de trabalho com equipamentos esportivos nos quais a aparência é fundamental. Eles podem exigir que as luvas sejam mais adaptáveis, com cores vivas, marcas, padrões e texturas.

A cor é importante, com os trabalhadores expressando preferências definidas. Em pesquisas conduzidas entre homens e mulheres em 22 países para determinar suas prioridades de cor, o azul foi a escolha principal, sendo que o verde foi a segunda favorita e as mulheres escolheram o roxo como a segunda na preferência.

RESPOSTA DE FABRICANTES DE LUVAS
As indústrias de manufatura  constantemente se empenham em identificar as necessidades dos trabalhadores e suas expectativas dentro dos ambientes de trabalho. Para algumas indústrias isto significa estabelecer locais de observação de indivíduos no trabalho em ambientes diferentes e em seguida obter um “feedback” dos riscos que eles enfrentam, suas preferências e os desafios dentro do trabalho.

Este foco nas necessidades dos trabalhadores tem resultado no uso de fibras para aumentar a funcionalidade e conforto das luvas no trabalho. Algumas dessas luvas se mostram ultra leves e oferecem uma grande resistencia e proteção contra cortes. Eles tambem permitem que elas possam eliminar o suor e promover destreza e capacidade tátil, similar a que eles estivessem trabalhando sem nada.

Avanços na tecnologia de malhas permitiram às indústrias em conseguir variar a densidade e a tensão das fibras em áreas onde os trabalhadores precisam de mais espaço como como as articulações e a região posterior da mão.

Costuras diversas libera tensão em zonas de alto stress e promovem um ajuste mais ergonômico, o que reduz a fadiga das mãos e a probabilidade de lesão por esforço repetitivo. Técnicas de design que ajustam a forma de luvas visando o contorno dos dedos e mãos, promovem ajuste natural e grande conforto.

Engenharia de revestimento e de superfícies enrugadas na palma da mão e dedos, aumentam a capacidade de aderência e aumentam a sensibilidade dos dedos e evitam a queda de partes que o trabalhador esteja manuseando.

RESUMO
Assim como atletas se beneficiam de aparelhos esportivos que os fazem correr mais rápiido e pular mais alto, trabalhadores podem se beneficiar de luvas de trabalho que aumentem sua confiança e performance. A próxima geração de trabalhadores, não importa a sua idade, irá exigir luvas que possam promover excelência na proteção e conforto excepcional.

Trabalhadores irão continuar buscando luvas que não apenas ofereçam adaptação, mas tambem uma aparência atraente e estilosa. As indústrias irão responder a essas demandas com luvas finas, funcionalidade superior e conforto suficiente. Esses produtos irão proteger contra um largo espectro de risco e deverão incorporar cores e desenhos que aumentem o seu apelo visual.

Tradução:
Prof. Samuel Gueiros, Med Trab
Coord NRFACIL 

 

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