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(NR-4 SESMT) A ARTE MARCIAL DE GERENCIAR O STRESS NO TRABALHO
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(NR-4 SESMT) A ARTE MARCIAL DE GERENCIAR O STRESS NO TRABALHO

por Adminstrador20 de maio de 2013

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O post abaixo é uma tradução de artigo publicado no site OHS on line, agora em Maio, sobre aspectos do dia a dia dos profissionais do SESMT: como gerenciar o próprio stress oriundo de tantas pressões e riscos e manter a liderança para um ambiente de trabalho seguro e produtivo.

 

By Robert Pater
Trad.: Prof. Samuel Gueiros

A maioria das pessoas vive e trabalha com algum grau de falta de controle. Em qualquer parte do mundo onde trabalhamos, nós encontramos todo mundo buscando conseguir mais controle.

Controlar o stress é um arte marcial. Não, não é nada sobre lutar contra o stress ou botar pra fora seus desejos internos, e nem sufocar o brilho dos outros. É justamente o oposto. O símbolo japonês  para arte marcial é “bushi”, que literalmente significa “quebrar a lança”. Ou seja, a essencia da arte marcial é terminar o conflito, não derrotar o inimigo.

E quando chega o stress, o inimigo e o conflito estão no seu interior e não fora de você. Enquanto podem existir uma infinidade de stressores externos – pessoas, tráfego, frustração ou condições limitadas de trabalho – como você age ou reage vai determinar seu nível de stress. Na minha experiencia quando as pessoas dizem que estão stressadas, elas realmente querem dizer que estão tendo uma sensação de “fora de controle”. Você sabe, estar fisicamente exausto e não conseguir dormir por que sua mente está a mil por hora.

Além disso, o stress pode tambem ser positivo. Estar emocionado, antecipar emoções, estar apaixonado, motivado para um evento, jogar bem em uma competição, mesmo fazer uma apresentação que leve muitas outras pessoas a um desafio. De fato, um legendário ator inglês Laurence Olivier lembrava que com toda a sua experiência ele ficava trêmulo exatamente antes de chegar no palco. E nos raros momentos em que ele não ficava trêmulo, ele não tinha uma boa performance.

images (2)A maioria de nós trabalha e vive fora de controle pelo menos em alguns momentos. E onde agente trabalha é comum vermos a maioria das pessoas procurando ter mais controle. Existem vários níveis aqui. Controle superficial significa tentar “se policiar”, botando uma tampa em nós mesmos, reprimindo tendencia ou pensamentos. Isto é limitado; embora existam avisos para que deixemos o nosso trabalho no trabalho e a nossa casa em nossa casa, emoções, medos e lembranças de experiências desagradáveis geralmente assumem o controle quando a sua atenção começa a flutuar. E assim, sua falta de controle começa a contaminar os outros. Por outro lado, um alto nível de controle implica estar apto a ficar calmo sob as mais fortes pressões, como verificar que a sua empresa vai entrar em um processo de fusão e você não ficar certo se vai manter o seu trabalho ou se vai estar em condições de ficar fora por um tempo – e assim sofrer pressões financeiras de forma a não poder se comunicar de forma eficiente em uma reunião crítica.

Eu me lembro quando sofri alguns desafios em aulas de artes marciais quando o meu instrutor notou que eu estava reagindo de forma impulsiva e ele me perguntou porque eu deixava outras pessoas me deixarem com raiva? E é esta, em essencia, a visão de um mestre de artes marciais a respeito de stress e auto-controle.

­Baseado em ambas, treinamento repetitivo e variado, adeptos de arte marcial sabem que pensamentos de ataque podem vir a qualquer tempo, e é necessário ter habilidade para responder de forma calma e apropriada, mesmo quando alguem furiosamente possa visá-los. E ainda, o mais importante, se eles podem controlar suas próprias emoções e reações, eles irão melhorar sua habilidade de auto-proteção. Ou seja, o objetivo de um praticante de arte marcial ou de gerente de stress é ganhar o melhor nível de auto-controle.

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Veja abaixo alguns princípios de arte marcial que ajudam a gerenciar o stress:

Pensar no Poder do Stress. Após assistir a uma demonstração impecável, eu perguntei a um mestre de judô como ele estava apto a se defender contra múltiplos e habilidosos atacantes vindo contra ele em alta velocidade; ele sentiu medo? “claro”, ele respondeu, “eu uso o medo para ajudar a me mover rápido”. Não permita que você mesmo fique preso e seja alvejado como uma caça; mova-se, faça alguma coisa. Mova as preocupações e os stressores na direção de uma ação que melhore a situação. Melhor dizendo, “seja um guerreiro” e não um encrenqueiro. Embora não existam modelos para resolver um problema complexo, pelo menos faça alguma coisa, mesmo pequena, que mova a situação para uma melhora, mesmo que seja pequena. Mestres marciais e líderes entendem que mesmo pequenas mudanças por menos perceptíveis, podem levar rapidamente a resultados fortemente positivos.

Controle primeiro você mesmo. Um das características de mestres marciais iniciantes – e gerentes fracos – é que eles tentam fazer os outros diferentes. Por outro lado, mestres marciais experientes entendem que se eles não podem controlar eles mesmos, como eles vão realmente influenciar outros? A primeira e mais importante abordagem que um mestre marcial utiliza é controlar seu próprio corpo e suas próprias reações; quanto melhor ele consegue se mover, mais eficiente será encarar e superar os ataques;

Reduzir conflitos internos. Um mestre marcial entende que se ele gastar quantidades significativas de energia lutando contra ele mesmo, ele irá ter muito menos poder disponível para lidar com problemas externos. É preciso buscar caminhos para conseguir identificar honestamente sentimentos amigáveis inerentes em qualquer mudança ou pessoa; um amigo me disse que tinha uma pessoa que ela amava demais ao mesmo tempo que a detestava em algumas situações. É compreensível e natural ter emoções conflitivas; só não permita que essas coisas engulam você e possam esvaziar suas reservas ou deixar você amarrado. Assim, por exemplo, antes de comunicar uma mudança, procure trabalhar internamente suas forças e fraquezas a respeito do novo processo; entenda que não existem soluções perfeitas, empreenda um foco naquilo que funciona melhor, e procure reduzir sua própria resistencia interna.

Focar em redirecionar mais do que passar por cima. Quando você não consegue controlar o medo, geralmente você acaba provocando desacordo dos demais; não tente bloquear ou ignorar forças vindo na sua direção. Redirecione essas forças. Mestres em artes marciais vêem o mundo como energia, que não pode ser criada ou destruída, apenas deslocada. Pense nas pressões e conflitos como dons que podem ser redirecionados. A experiência mostra que o trabalhador mais resistente tipicamente se torna o mais empenhado quando sua preocupação ou raiva é negociado com sua satisfação na direção de resultados positivos.

Eu procurei focar aqui em justamente como alguns princípios das artes marciais podem ser aplicados na direção de aproveitar o poder do stress. Existem muito mais e numerosas técnicas físicas a esse respeito. O principal é que resolvendo problemas dentro de você, primeiro, mais do que tentar forçar outros a pensar ou agir de uma certa forma, você poderá ser mais influente e vai acabar tendo experiências menos disfuncionais e frustrantes a respeito de stress.

Robert Pater é Supervisor da
Associados em Segurança Estratégica (www.movesmart.com).

Samuel Gueiros é Med do Trab,
Audit Fiscal, Audit OHSAS 18001

Coord NRFACIL

Sobre o Autor:
Adminstrador
1Comentários
  • Alexandre
    20 de maio de 2013 até 14:23

    Por ter praticado artes marciais, sei exatamente o que o escritor quer dizer. Se usarmos a força do problema para criarmos soluções fica mais fácil de resolvê-lo. O texto está muito bem redigido. O Mestre, sempre pensa antes para cria soluções observando as suas próprias dificuldades. Ainda não sou mestre, e sempre que tenho dificuldade no trabalho ou em qualquer lugar, observo o problema e tento criar as soluções.

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