QUAL O MELHOR OBJETIVO PARA SST EM 2014: FALHAR MENOS OU GANHAR O JOGO?
- Entramos no ano da Copa 2014 e escolhemos um artigo que tem um pouco ver com esporte e segurança. O texto, traduzido do site OHS on line, sugere que é melhor procurarmos não apenas falhar menos que em 2013, mas sobretudo demonstrarmos em 2014 mais avanços no conjunto da gestão de riscos. Continuar com a marcação cerrada nos índices de acidentes e evitar passes errados ao jogar a responsabilidade das falhas sobre os outros. Não procurar culpas de incidentes, e evitar levar cartão vermelho (emissão de CAT ou autos de infração). Pensar mais na vitória e não apenas deixar de perder. Teremos que aproveitar as lições das partidas perdidas de 2013 que levaram aos acidentes e doenças do trabalho mas em 2014 vamos precisar ganhar todos os jogos.
By Shawn M. Galloway
Tradução: Prof. Samuel Gueiros
EVITAR FALHAS OU FAZER GOLS?
Um empresário buscando começar um novo negócio para vender o que ele acha ser um grande e novo produto, encontra seus investidores. Durante a discussão sobre qual a sua estratégia e plano de negócios, o assunto acabou em questões sobre indicadores. Um investidor perguntou como ele iria medir o êxito do seu negócio e ele respondeu: “bem, é simples. Eu vou saber que tive sucesso nesse negócio quando indicadores válidos afirmarem que eu não decepcionei nenhum usuário”. Não parece absurdo?
Agora pense em um treinador de futebol que reúne seus jogadores antes da partida para desenvolver uma possível estratégia e dissesse: “Valeu, galera, o que eu quero é que vocês vão lá e não façam nada de errado, basta isso pragente ganhar esse jogo”.
Um antigo empresário de uma grande companhia dizia: ‘o momento de evitar falha chega com a sua motivação, quando você está chegando a um patamar de imobilismo’. Você só tropeça quando está se movendo, mas isso não quer dizer que vc fique parado.
Negócios e esporte não conseguem atingir o sucesso e excelência apenas falhando menos. Nós sabemos disso. De fato é por isso que ainda insistimos em empregar a gestão de riscos.
O que acontece quando um trabalhador faz alguma coisa errada em segurança ou quando ele vai acima ou além?
Segurança é notoriamente focada no que não fazer com regras progressivas, com ênfase mais em uma disciplina progressiva do que em apenas em um progressivo reconhecimento de falhas, que neste caso acaba levando muitos empregados a se desmobilizarem, a evitar conversas sobre segurança, a tomar iniciativas ou mais atenção às comunicações.
Dentro de sua organização o que de fato tem motivado os empregados a fazer mais do que o necessário (por exemplo, só o cumprimento das regras, procedimentos, rotinas)?. E o que atualmente tem desmotivado esses empregados? O que teria mais peso em decisões operacionais e comportamentos, ou seja, quais seriam os aspectos principais de motivação e desmotivação na vida do trabalho?
MOTIVAÇÃO E FALTA DE MOTIVAÇÃO
Motivação e falta de motivação são situações intimamente ligadas. O que acontece é que são os líderes que constroem ambientes que levam à criação de uma força de trabalho motivada ou desmotivada. Muitas vezes há muito o que fazer com os objetivos estabelecidos e os indicadores utilizados para avaliá-los. Indicadores em segurança (acidentes, doenças, absenteísmo, etc.) existem supostamente para se compreender resultados e o que fazer para melhorá-los e motivar uma ação. Quando os indicadores estão focados mais na redução das falhas do que em um progresso efetivo e o seu reconhecimento, acaba se criando falta de confiança e indiferença. Esses fatos não levarão a uma efetiva cultura de segurança.
Muitas organizações ainda lutam para sair da antiga cultura de “acidente-zero”. Uma lesão no trabalho, assim como um defeito de fábrica, é um erro do sistema. Reagir a uma lesão no trabalho para aprender e prevenir futuras ocorrências, é sem dúvida, vital. Entretanto, excelência em segurança nunca se consegue exclusivamente gerenciando falhas e reagindo de forma adequada. A excelência em negócios significa uma contínua busca para repetir grandes resultados, saber precisamente como os resultados foram obtidos, obter confiança em previsões para uma sempre melhor performance e uma saudável inconformidade com a situação atual de forma a buscar sempre um nível melhor do que o que estamos vivendo.
A maior dificuldade não é atingir acidente zero mas a habilidade de articular de forma confiável a forma como se conseguiu o acidente-zero e como isso poderá se repetir e melhorar no futuro. Isto requer a habilidade de prever e planejar de forma estratégica. Um plano em segurança que busque a excelência começa com uma visão antecipada de como será o cenário que queremos, incluindo que performance (nível de cultura de segurança e prevenção de lesões) ocorrerá quando o que projetamos se tornar realidade. Somente seguindo este roteiro poderá uma organização efetivamente começar a priorizar os passos necessários para se atingir o objetivo, e principalmente legitimado por indicadores que indiquem que o que queremos está realmente ficando visível.
Grandes líderes criam culturas motivadas por conseguir e medir o sucesso mais do que somente evitar falhas. Nenhuma organização é motivada para excelência com esse objetivo. Mesmo assim, lamentavelmente em muitos sistemas de gerenciamento em segurança, isso ainda persiste.
Não vamos só nos defender e marcar. Precisamos fazer gols em todas as partidas.
Artigo publicado no site Occupational Health & Safety.
Shawn M. Galloway is the coauthor of STEPS to Safety Culture Excellence and President of ProAct Safety. He has helped hundreds of organizations within every major industry internationally achieve and sustain excellence in performance and culture. He is also the host of the highly acclaimed weekly podcast series Safety Culture Excellence®. He can be reached at 800-395-1347 or info@ProActSafety.com.
Tradução e Contextualização:
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