TRABALHO TRANSICIONAL: RETORNANDO AO TRABALHO APÓS UM ACIDENTE
READAPTAÇÃO AO TRABALHO
O Blog NRFACIL traz para você traduções livres de notícias e fatos importantes que ocorrem no mundo do trabalho em outros países. O texto abaixo, do site da Ass. Americana de Terapia Ocupacional, traz um interessante estudo sobre um projeto que poderia ser desenvolvido ou já está sendo aplicado em algumas empresas no nosso país.
A SITUAÇÃO: ACIDENTE DE TRABALHO E RECUPERAÇÃO
É frequente o número de trabalhadores que se acidentam e retornam ao trabalho sentindo-se inferiores e fragilizados. Outros, quando voltam de alta do benefício, simulam sintomas para permanecerem parados. A empresa percebe dificuldades do “desmame” do benefício, seja por pura acomodação do empregado, seja porque estes se sentem com a sua autoconfiança abalada após o acidente e o período em que estiveram parados.
A ABORDAGEM DO PROBLEMA
Tradução livre de http://www.aota.org/Consumers
Quando uma pessoa sofre um acidente e leva um tempo fora do trabalho para se recuperar, ela necessita de um período de transição antes de retornar ao trabalho.
Um Programa de Trabalho Transicional consiste em uma etapa no processo de recuperação quando a pessoa está apta para completar algumas tarefas mas não está em sua plena capacidade.
Este Programa inclui supervisão, instrução e educação em práticas de trabalho seguro, para a prevenção de subsequentes acidentes. O Programa normalmente inclui uma combinação de tarefas no trabalho que o trabalhador mostra-se apto a cumprir de forma fácil e segura.
Um especialista treinado em um serviço de retorno ao trabalho pode avaliar a habilidade do trabalhador para completar suas tarefas e supervisioná-las.
O objetivo do Programa é providenciar o retorno do trabalhador com tarefas bastante fáceis de forma a permitir a total e completa independencia do trabalhador na sua função. O Programa permite tambem o uso de intervenções focadas no ambiente de trabalho a fim de incorporar boas e saudáveis práticas ergonômicas.
POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES EM UM
PROGRAMA DE TRABALHO TRANSICIONAL (especial para o SESMT)
-Avaliar a pessoa enquanto no trabalho a fim de determinar suas habilidade para completar suas tarefas;
-Recomendar modificações nas tarefas de trabalho que o trabalhador pode completar de maneira segura;
-Identificar as tarefas mais simples para o trabalhador;
-Implementar e supervisionar um programa de Retorno ao Trabalho na empresa a fim de assegurar um ambiente de trabalho seguro, produtivo e funcional;
-Monitorar o progresso do trabalhador de forma regular e reavaliar quando as suas tarefas podem retornar a um estágio de total aptidão.
O QUE A PESSOA QUE RETORNA DE UM ACIDENTE PODE FAZER?
– Não subestimar a habilidade ou capacidade do trabalhador para completar suas tarefas. É necessário uma volta gradual sob a supervisão de um especialista;
– Adotar o uso de dispositivos especiais que possam ajudar ao trabalhador completar sua tarefa com segurança (dispositivos ergonômicos facilitadores);
– Desenvolver força e resistencia durante a execução de tarefas de trabalho em atividades de ginástica laboral;
Um Programa de Retorno ao Trabalho que inclua um Programa de Trabalho Transicional para empregados pode ser um importante componente no ambiente de trabalho mais saudável da empresa. Especialistas em Fisioterapia e Terapia Ocupacional podem ser consultados sobre o assunto.
O próximo texto (abaixo) traz um interessante estudo sobre autonomia no trabalho. Poderia o método funcionar no Brasil?
Health Newshttp://www.systoc.com/healthnews/newsarticles
AUTONOMIA DE EMPREGADOS NO TRABALHO
Pesquisadores da Universidade de Durham na Inglaterra realizaram estudos em vários países para determinar os efeitos de um aumento do controle dos empregados nos locais de trabalho.
Cada estudo trabalhou com diferentes grupos de trabalhadores com um foco em diferentes parametros de saúde fisica e mental. Esses estudos demonstram que quando empregadores permitem aos empregados maior flexibilidade a respeito de carga de trabalho, horas de trabalho, horários de trabalho, horas extras e pausas, esses empregados mostraram maior produtividade em sua saúde (menos stress, ansiedade, depressão e doenças cardiacas, por exemplo).
Flexibilidade nos trabalhos dos empregados levavam a um melhor balanço entre trabalho e obrigações domésticas, habitos mais saúdaveis, menos stress e mais bem estar. A questão é se isso funcionaria no Brasil…
EXPERIÊNCIA DE TRABALHO TRANSICIONAL NO BRASIL (trechos de trabalho publicado na Web)
Programa de Reabilitação Weg
A Reabilitação Profissional do Grupo WEG teve início em 26 de maio de 1993, em decorrência de um acidente do trabalho no departamento de Injeção de Alumínio, onde o colaborador José (nome fictício) sofreu amputação dos membros inferiores, na perna direita a nível de 1/3 médio da coxa e na perna esquerda a nível de joelho, devido à explosão de “cilindro de nitrogênio”. Nesta ocasião o colaborador estava com 34 anos de idade e toda a equipe de profissionais da Medicina do Trabalho da empresa não aceitava a idéia de um trabalhador tão jovem ter seu crescimento pessoal e profissional também amputados. A partir daquele momento iniciou-se então a busca por alternativas de retorno ao trabalho deste colaborador, considerando-se as seqüelas estabelecidas. A cada dificuldade surgida, a equipe se reunia e analisava como vencer este novo desafio.
Surgindo então à necessidade da formação de uma equipe multidisciplinar, com o envolvimento do serviço social, psicologia, obras e serviços, treinamento, gestores da área e direção da empresa (conscientização dos mesmos quanto ao custo que envolveria esta reabilitação e mudanças de paradigmas com a inserção de uma pessoa com amputação bilateral de membros inferiores). Os colegas de obras e serviços foram envolvidos com a construção de barras de apoio para que o mesmo pudesse iniciar o trabalho de protetização (assumindo postura ortostática). Outro desafio importante foi conseguir parceria com a Previdência Social, pois o médico perito havia proposto inicialmente uma aposentadoria por invalidez.
Importante salientarmos que o colaborador José (nome fictício) trabalha na empresa até os dias de hoje, sempre sendo acompanhando pela equipe. Para que o seu retorno ao trabalho fosse possível a empresa custeou a adaptação de seu veículo, assim como foram realizadas melhorias/ acessibilidade em sua residência e local de trabalho. Para a empresa o resgate da cidadania do trabalhador, a garantia do livre acesso ao trabalho, o respeito ao ser humano, além de ser direito explícito na Declaração Universal dos Direitos Humanos, representa o amplo cumprimento de sua função social.
Partindo deste princípio, e da situação ocorrida, o Grupo WEG implantou o Programa de Reabilitação Profissional, buscando:
Objetivo geral: – Reintegrar o colaborador, quando incapacitado para a sua função de origem, por meio de reeducação e de readaptação profissional e pessoal de maneira que possa desenvolver suas atividades laborais; – Desenvolver suas potencialidades biopsicossociais diante de suas limitações; Objetivos específicos são: – Minimizar os impactos gerados no processo de retorno ao trabalho; – Estimular o retorno ao trabalho; – Readequação do ambiente de trabalho; – Acompanhar o colaborador no seu processo de reintegração; – Estabelecer parceiras entre a empresa e o poder público.
Observa-se no dia a dia pelo serviço médico da empresa, que o significado do retorno ao trabalho reflete toda uma construção subjetiva, cultural e social sobre a imagem que o colaborador tem de si mesmo enquanto “pessoas diferentes, inaptos, lentos”, que vivem sob constantes ameaças de invalidez, desemprego ou mesmo desfrutando de ganhos secundários decorrentes de sua seqüela. As várias restrições impostas pelas seqüelas ou pela doença em si os colocam praticamente numa situação de risco iminente de não aceitação no mercado de trabalho. O Programa de Reabilitação Profissional da empresa permite amenizar os sofrimentos deste grupo de colaboradores, assim como, torná-los também novamente produtivos para a empresa, e sem dúvida propiciando melhora da qualidade de vida.
O Programa de Reabilitação Profissional é visto com bons olhos pela diretoria da empresa, sempre com a visão de um de nossos fundadores, definida pela seguinte frase: “Se faltam máquinas, você pode comprá-las, Se não há dinheiro, você toma emprestado, Mas homens, você não pode comprar, nem pedir emprestado, E homens motivados por uma idéia são a base do êxito”.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS SOBRE O CURSO NRs DIGITAIS – A LOUSA VIRTUAL
Estamos concluindo a página do curso, que será publicada até o início da próxima semana, com a 1a. Aula: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO. Lembre-se que o curso é grátis, bastando apenas que você seja nosso assinante.
A página está sendo configurada de forma a permitir a participação dos alunos com perguntas no momento da exposição. Cada aluno terá a sua própria área de trabalho, onde ele assiste ao conteúdo da aula, acessa textos e faz perguntas de forma imediata, sem que os outros alunos tenham acesso ao seu espaço – exceto se ele autorizar.
Durante a exibição do Vídeo de Conteúdo da Aula, será utilizada uma Lousa Virtual (LV), ao lado do vídeo, para exibição e acesso de conteúdos relacionados ao que está sendo exposto. Trata-se de um novo e exclusivo recurso pedagógico criado pelos nossos Consultores de Informação. O aluno faz uma pausa no video e acessa a lousa virtual, de forma a ler um resumo de texto, fazer anotações e principalmente, encaminhar perguntas ao expositor. A Lousa Virtual permite que o aluno possa expandir o que está sendo apresentado no vídeo, participando com opiniões e perguntas, e tornando assim a aula ainda mais interativa e com o máximo de conteúdo. Durante a exposição do video, aparecerá um aviso eletrônico para que o aluno faça ou não uma pausa no video e em seguida acesse a sua exclusiva lousa virtual. E no final da exposição, ficará à disposição de cada aluno o download de arquivos (Power Point e-ou PDF).
Na Video Aula 2, que será publicada em seguida, algumas perguntas selecionadas serão respondidas por uma equipe de consultores.
Na Lousa Virtual estarão publicados, tambem, Testes e Exercícios de cada aula, com uma pontuação, caso o aluno queira saber o seu desempenho.
As perguntas e intervenções de cada aluno serão respondidas na sua própria lousa virtual; se vc quiser que os outros alunos leiam a sua pergunta e a sua resposta, ou os seus comentários, é só assinalar essa opção. Caso contrário, sua participação será sempre confidencial.
Haverá uma linha de tempo com todas as aulas publicadas, de forma que os alunos poderão retornar a aulas anteriores e reassistir tudo de novo. Caso alguém deseje entrar no curso depois que ele começar, não tem problema, é só ir assistindo às aulas desde o começo.
Samuel Gueiros, Med Trab Coord; Jean Carlos, TST, Consultor; Cleidival Fernandes, Sist Info, Adson P Melo, Tec Info
É frequente o número de trabalhadores que se acidentam e retornam ao trabalho sentindo-se inferiores e fragilizados. Outros, quando voltam de alta do benefício, simulam sintomas para permanecerem parados. A empresa percebe dificuldades do “desmame” do benefício, seja por pura acomodação do empregado, seja porque estes se sentem com a sua autoconfiança abalada após o acidente e o período em que estiveram parados.
Tradução livre de http://www.aota.org/Consumers
Um Programa de Trabalho Transicional consiste em uma etapa no processo de recuperação quando a pessoa está apta para completar algumas tarefas mas não está em sua plena capacidade.
Este Programa inclui supervisão, instrução e educação em práticas de trabalho seguro, para a prevenção de subsequentes acidentes. O Programa normalmente inclui uma combinação de tarefas no trabalho que o trabalhador mostra-se apto a cumprir de forma fácil e segura.
Um especialista treinado em um serviço de retorno ao trabalho pode avaliar a habilidade do trabalhador para completar suas tarefas e supervisioná-las.
O objetivo do Programa é providenciar o retorno do trabalhador com tarefas bastante fáceis de forma a permitir a total e completa independencia do trabalhador na sua função. O Programa permite tambem o uso de intervenções focadas no ambiente de trabalho a fim de incorporar boas e saudáveis práticas ergonômicas.
POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES EM UM
PROGRAMA DE TRABALHO TRANSICIONAL (especial para o SESMT)
-Avaliar a pessoa enquanto no trabalho a fim de determinar suas habilidade para completar suas tarefas;
-Recomendar modificações nas tarefas de trabalho que o trabalhador pode completar de maneira segura;
-Identificar as tarefas mais simples para o trabalhador;
-Implementar e supervisionar um programa de Retorno ao Trabalho na empresa a fim de assegurar um ambiente de trabalho seguro, produtivo e funcional;
-Monitorar o progresso do trabalhador de forma regular e reavaliar quando as suas tarefas podem retornar a um estágio de total aptidão.
– Não subestimar a habilidade ou capacidade do trabalhador para completar suas tarefas. É necessário uma volta gradual sob a supervisão de um especialista;
– Adotar o uso de dispositivos especiais que possam ajudar ao trabalhador completar sua tarefa com segurança (dispositivos ergonômicos facilitadores);
– Desenvolver força e resistencia durante a execução de tarefas de trabalho em atividades de ginástica laboral;
Um Programa de Retorno ao Trabalho que inclua um Programa de Trabalho Transicional para empregados pode ser um importante componente no ambiente de trabalho mais saudável da empresa. Especialistas em Fisioterapia e Terapia Ocupacional podem ser consultados sobre o assunto.
Health Newshttp://www.systoc.com/healthnews/newsarticles
Pesquisadores da Universidade de Durham na Inglaterra realizaram estudos em vários países para determinar os efeitos de um aumento do controle dos empregados nos locais de trabalho.
Cada estudo trabalhou com diferentes grupos de trabalhadores com um foco em diferentes parametros de saúde fisica e mental. Esses estudos demonstram que quando empregadores permitem aos empregados maior flexibilidade a respeito de carga de trabalho, horas de trabalho, horários de trabalho, horas extras e pausas, esses empregados mostraram maior produtividade em sua saúde (menos stress, ansiedade, depressão e doenças cardiacas, por exemplo).
A Reabilitação Profissional do Grupo WEG teve início em 26 de maio de 1993, em decorrência de um acidente do trabalho no departamento de Injeção de Alumínio, onde o colaborador José (nome fictício) sofreu amputação dos membros inferiores, na perna direita a nível de 1/3 médio da coxa e na perna esquerda a nível de joelho, devido à explosão de “cilindro de nitrogênio”. Nesta ocasião o colaborador estava com 34 anos de idade e toda a equipe de profissionais da Medicina do Trabalho da empresa não aceitava a idéia de um trabalhador tão jovem ter seu crescimento pessoal e profissional também amputados. A partir daquele momento iniciou-se então a busca por alternativas de retorno ao trabalho deste colaborador, considerando-se as seqüelas estabelecidas. A cada dificuldade surgida, a equipe se reunia e analisava como vencer este novo desafio.
muito comentario bom comentario.tira muita duvida
Queria utilizar o material do tema Trabalho Transicional: retornando ao trabalho após um acidente de trabalho, mas não sei como colocar na bibliografia porque não tem data nem o nome de quem escreveu o artigo. Você pode me orientar, por favor?
Verifique abaixo dos títulos os links dos artigos referidos; acho que vc pode mencionar apenas esses links, o que é permitido na citação de fontes em trabalhos científicos.
SÓ CAMINHAR ,
SEM COMENTÁRIOS
MUITO OBRIGADO À EQUIPE
muito bom objetivo e interesante.
Gostaria de saber mais sobre algumas empresas que tem este projeto, pois estou fazendo meu TCC especificamente nesta área, se vocês puderem me passar algum contato eu agradeço, assim como sugestões de artigo e livros.
Desde já eu agradeço.