ACIDENTE EM ITAQUERÃO: PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Foto: Estado de São Paulo
Acidente no Estádio Itaquerao, que seria a sede da Abertura da Copa de 2014.
A peça de 500 toneladas estava sendo instalada por um guindaste, no setor leste, e tem cerca de 15 metros. Era a última peça da cobertura do Itaquerão e desabou de um guindaste por volta das 12h50 desta quarta-feira, destruiu parte da arquibancada do futuro estádio do Corinthians e deixou 2 operários mortos. Abaixo, as primeiras impressões sobre o acidente em entrevista com o Eng de Segurança Amaro Walter, de São Paulo.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Eng. Mecânico
Eng de Seg Amaro Walter
ENTREVISTA
Prof. Amaro Walter,
Eng de Segurança, Coord Seção Hardware (Revista NRFACIL)
NRFACIL – Eng Amaro, quais seriam as primeiras providências neste cas0?
Um especialista em Gerenciamento de Riscos falava sobre o assunto da queda do guindaste. O repórter quis saber se as obras poderiam ser retomadas ao que o especialista disse que nesses casos o MPT intervém e isola a área para que sejam feitas as perícias e só após isto é que poderá ser liberada para continuação. Foi divulgado que o Ministério Público já havia identificado cerca de 50 irregularidades na obra.
NRFACIL – Algum órgão técnico já se pronunciou a respeito?
Eng Amaro Walter – De acordo com a Defesa Civil, pode ter ocorrido um erro de procedimento durante o içamento do módulo que cedeu, e que poderia ter havido relação com um erro de manobra do guindaste ou por causa do peso da estrutura que estava sendo içada. Informaram tambem que a construtora descartou o afundamento de solo.
NRFACIL – Os trabalhadores pressentiram algo errado antes do acidente?
Eng Amaro Walter – Há uma informação discordante da construtora pois os os trabalhadores disseram que haviam presenciado um afundamento de solo devido à erosão provocada pelas fortes chuvas dos últimos dias. Tudo será periciado e, se for realmente verdade que isto já ocorrera haverá uma carga muito grande de culpa por parte da administração das obras. Será verificado na perícia se houve afundamento do solo no local do patolamento do guindaste; se houve imperícia do operador e outras possíveis causas.
NRFACIL – Não teria sido por excesso de carga?
Eng Amaro – Parece que já descartaram totalmente a possibilidade de excesso de carga, pois ele caiu sem carga alguma. Teremos que aguardar o resultado das perícias, pois o assunto é muito recente para emitirmos uma opinião final. Aguardemos!.
Boma dia
É até vergonhoso saber que o Brasil é um dos países que mais ocorrem acidentes e agora mais esse, os responsáveis por segurança precisa estar mais atentos.
Roseli
Informações na imprensa hoje falam que quem havia identificado 50 irregularidades na obra foi o Corpo de Bombeiros. Vi uma entrevista com um trabalhador da obra que afirma que havia problemas de erosão no solo, mas que o Engº da Obra liberou para trabalho. Este também foi entrevistado e afirma que esperou uma semana após a parada das chuvas e após o teste de solo para liberar a operação. De qualquer forma, o mais racional é esperar pelo resultado das pericias.
Bom, ao meu ver, houve negligência, nós que trabalhamos com o ‘RISCO”, temos que analisar possíveis acidentes que possam vir a acontecer, qual tipo de risco e quais as medidas a serem tomadas.
Como foi observado 50 irregularidades, qual seria o correto?, corrigir as irregularidades, realizar APR, para que assim os trabalhos possam ser realizados de maneira segura, teria que ser observado quanto de peso o guindaste poderia içar, se a estrutura realmente poderia suportar o peso, afastar os trabalhadores do local, pois nada havia fixado, então o risco existia, erro houve, e muito, procurar o culpado de pois do acontecido é fácil, melhor seria fazer tudo correto, como manda as normas.
Concordo com você caro Adilson, mas infelizmente não é o que acontece. Nós passamos a realidade e eles fazem do jeito deles. Esta é a realidade.