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(NR 17): REENGENHARIA PARA TRABALHADORES IDOSOS
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(NR 17): REENGENHARIA PARA TRABALHADORES IDOSOS

por Adminstrador22 de novembro de 2010

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Crescimento no número de idosos é o triplo do da população como um todo

A participação das pessoas com 25 anos ou mais de idade no total da população brasileira vem aumentando ano a ano entre 2004 (53,7%) e 2009 (58,4%), enquanto a das pessoas na faixa até 24 anos de idade vem diminuindo e caiu 46,3% para 41,6% no mesmo período. Na comparação entre 2008 e 2009, houve redução de 642 mil pessoas na população até 24 anos de idade, enquanto a faixa etária de 25 a 59 anos aumentou em 1,8 milhão de pessoas. A taxa de fecundidade foi de 1,9 filhos por mulher em 2008 e 2009, contra 2,1 em 2004.

Na população de 60 anos ou mais o crescimento foi de 697 mil pessoas entre 2008 e 2009, o que representou um aumento de 3,3%, contra uma elevação de 1% no total da população residente do país. Em 2009, 11,3% dos brasileiros tinham 60 anos ou mais de idade, frente a 11,1% em 2008 e 9,7% em 2004. A região Norte seguiu com as maiores concentrações relativas nos grupos etários mais jovens, sobretudo de pessoas de 5 a 14 anos de idade, 21,4% em 2009. Já as regiões Sul e Sudeste apresentaram os maiores percentuais na faixa de 40 a 59 anos (25,6% e 26,2%) e na faixa de 60 anos ou mais (12,7% e 12,3%).

Fonte: IBGE/PNAD
http://www.ibge.gov.br

O artigo abaixo, publicado na OHS on line é mais um serviço prestado aos nossos usuários, registrando experiências de reengenharia no trabalho para trabalhadores idosos. Trata-se de idéias que podem ser aplicadas em qualquer SESMT – Veja a NR-17 Ergonomia sobre o assunto. Há tambem no final uma sugestão para a leitura de um Post sobre conflitos de geração. Não perca!


homens-maduros-construtores-trabalhadores-planos-de-revisao_240801REENGENHARIA PARA
TRABALHADORES IDOSOS

Utilizando tecnologia disponível as empresas podem coletar e analisar de forma detalhada dados de trabalhos e tarefas com vistas a desenvolver um panorama claro do que deve ser feito para alcançar melhor efetividade e como categorizar riscos em relação a partes do corpo em relação a trabalhadores idosos.

Dê uma olhada em uma foto recente de algum evento de sua empresa. Existem grandes chances de que há uma grande quantidade de empregados com cabelos grisalhos mais do que era antes. Isto é apenas um sinal informal de uma tendência já prevista, o envelhecimento progressivo da força de trabalho. Uma das causas é a queda da taxa de natalidade. Por exemplo, os Estados Unidos vão precisar de 58 milhões de trabalhadores até o ano de 2025. Entretanto, baseado nas taxas atuais de natalidade o número de novos trabalhadores será a metade dos empregos projetados. Ou seja, esse vácuo terá de ser preenchido por trabalhadores em idade acima de 65. Mesmo assim, a produtividade das empresas estará em grande parte dependente da saúde e segurança de trabalhadores idosos.

A fim de se preparar para essa mudança já em curso, é necessário entender as necessidades fundamentais de empregados em fase de envelhecimento. A boa notícia é que quanto mais idoso o trabalhador, mais experiência e sabedoria ele trará para o trabalho. Entretanto, para maximizar as contribuições de trabalhadores idosos e preparar o local de trabalho para essa mudança, empregadores necessitam de um plano mais abrangente do que simplesmente ajustar as luzes ou alterar a altura das estantes. Para evitar com certeza o aumento no custo e severidade dos acidentes, será necessário um sistema empresarial de visão ampla para ajudar a identificar e agir corretamente nessas brechas entre a capacidade física de sua força de trabalho e as demandas atuais da empresa.

De fato, o maior risco de trabalhadores em idade de envelhecimento são as disfunções musculoesqueléticas, a causa mais comum de incapacidade laboral. À medida que os trabalhadores envelhecem, sua força e capacidade de moivmento diminui e assim tornando-os mais suscetíveis dessas disfunções. Uma vez sofrendo lesões, seu tempo de recuperação é muito mais longo do que os jovens na mesma função. Mesmo assim, os empregados que conseguiram subir na profissão tiveram que mudar suas responsabilidades e talvez estejam exercendo alguma atividade que não exija esforço físico. Assim tambem aquele empregado que está se recuperando de uma lesão de braços pode precisar de exercer tarefas fora da área de produção e trabalhar em algum serviço buocrático enquanto se recupera.

tudorondoniacom1MINIMIZANDO RISCOS –
UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO

A fim de assegurar lesões mínimas e maximizar a produtividade através de um longo período, as empresas podem se beneficiar desenvolvendo um sistema amplo de catalogar as necessidaes físicas e as funçõe essenciais associadas a cada trabalho. Este tipo de sistema, lado a lado com o entendimento das capacidades e limitações da força de trabalho em envelhecimento, irá propiciar aos supervisores do SESMT entender melhor que tipo de trabalho é adequado para esse tipo de trabalhador. Esta visão mais profunda das necessidades de trabalho para pessoas idosas pode tambem ajudar às empresas:

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    entender melhor os riscos relacionados à tarefa e empreender reengenharia para reduzir riscos de acidentes (para todos os trabalhadores, inclusive os que estão envelhecendo)

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    destacar os empregados e trabalhos que apresentem bons resultados e práticas de segurança;

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    estimular oportunidades de retorno ao trabalho de pacientes idosos

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    compartilhar essas informações ao longo do setores da empresa.

Esse amplo sistema é feito de algumas partes essenciais: capturar dados sobre as tarefas de trabalho e colocar esses dados de forma centralizada para serem amplamente acessadas e utilizadas.

101687444ENTENDENDO OS RISCOS DE TRABALHO –
REENGENHARIA EM SST

Um detalhado inventário incluindo um sistema de informação e classificação sobre trabalhos e tarefas, incluindo dados sobre demandas físicas e funcionais é o principal argumento para esse esforço. Muitas empresas tem parte dessa informação armazenada no setor de Recursos Humanos, como informação das atribuições do emprego. Outros empreendem uma investigação mais detalhada na forma das Análises Prevencionistas de Tarefas. Em quase todas elas essa informação está arquivada num papel e raramente é utilizada. Empregando tecnologia disponível, as empresas podem coletar a analisar dados do emprego e da tarefa a fim de definir um painel claro sobre o que deve ser feito para se tornar efetivo em cada trabalho e categorizar os riscos de acordo com as partes do corpo.

Quando as empresas sabem quais os trabalhos que envolvem maior risco de acordo com a intensidade, frequencia, duração e repetição, pode-se alterar o processo de trabalho e vislumbrar oportunidades para uma reengenharia do trabalho e reduzir exposições para os fatores de risco mais relevantes. A informação conseguida pode habilitar a empresa a empreender medidas como elastecer turno ou determinar paradas mais frequentes para melhor assegurar a segurança de trabalhadores em uma linha de montagem. Ou ainda, verificar que riscos desnecessários podem sofrer reengenharia reduzindo a complexidade de alguns parâmetros da estação de trabalho.

Por exemplo, se um supervirsor sabe que o trabalho requer repetitividade de movimentos dos braços acima da cabeça em cerca de 50% do ciclo de trabalho e determinar que este trabalho pode ser inapropriado para trabalhadores com uma lesão aguda de braços ou uma história de problemas musculoesqueléticos, seria possível incrementar a rotatividade de trabalhadores naquela área, fazer um rearranjo do espaço de trabalho, ou reduzir a necessidade de frequente movimento acima da cabeça, ou considerar possivelmente um sistema eletrônico de elevação que ajude esses empregados evitar realizar esses movimentos.

primeirahoracombrADEQUANDO O TRABALHO AO EMPREGADO –
A FICHA MÉDICA DO PCMSO

Tão importante quando saber os riscos inerentes a cada trabalho é ter o conhecimeno da história médica ocupacional desse trabalhador (NR-7 PCMSO).

As empresas devem ter um cuidadoso rastreamento da história acidentária de cada trabalhador ao longo do seu emprego. Com uma clara visão sobre as demandas físicas e funções associadas a cada trabalho e em comparação com as vulnerabilidades particulares de cada empregado, supervisores podem sssegurar que uma demanda de trabalho não irá colocar o empregado em risco de acidente ou reacidente e subsequente custos desses acidentes, incluindo incapacidade e absenteismo.


Isso pode ser de extrema importancia durante a fase de pós contratação e pre-emprego. Por exemplo, digamos que uma empresa contrate um empregado com problemas de reabilitação e, durante a avaliação ocupacional, o supervisor descobre que ele tem limitações na capacidade de movimento em seus braços (dificuldade de levantar os braços acima da cabeça). Ao acessar o banco de dados, o supervisor pode achar um outro trabalho para o empregado no departamento, em um específico local, que atenda às habilidades do trabalhador e não requeira excessivo movimento acima da cabeça.

E o que fazer quando um trabalhador acidentado, com um braço imobilizado, mas que quer voltar ao trabalho em uma atividade que requer demanda física no qual ele tem que despender semanas com a perna elevada.? As funções essenciais do seu antigo trabalho podem não ser apropriadas agora em vista de suas limitações. Entretanto, um sistema de busca centralizado poderá permitir a seu supervisor a achar rapida e facilmente um trabalho em um outro departamento que ele possa desempenhar com segurança, enquanto evolui o seu processo de recuperação.

Neste cenário de retorno ao trabalho, compartilhar essas informações de trabalho com um médico pode ajudar ao supervisor entender as exatas demandas físicas do trabalho daquele trabalhador e assim redigir uma mais detalhada restrição de retorno ao trabalho – em primeiro lugar estimar melhor quanto tempo o trabalhador deverá ficar fora do trabalho e, assim que ele estiver apto ao retorno, quais exatas limitações podem estar presentes. Isto evitará à empresa que o retorno de trabalhadores possa causar um novo acidente. Por exemplo, se o médico sabe que o trabalhador necessita levantar um peso acima do limite de tolerância e que o empregado está se recuperando de uma neurocirurgia da coluna, ele poderá informar qual a quantidade de peso o trabalhador poderá ainda levantar, até ele estar totalmente recuperado.

imagem_magalhaes_idosospplwaresapoptOTIMIZANDO O LOCAL DE TRABLAHO PARA TODOS,
AO LONGO DA MUDANÇA DE TEMPO


De acordo com o que foi dito, manter uma força de trabalho em idade de envelhecimento saudável e efetiva requer mais do que aumentar a intensidade de iluminamento do local de trabalho ou diminuir a altura das estantes em trabalhadores com a força muscular e visual em declínio. Um sistema amplo, se desenvolvido de forma correta, poderá chamar a atenção para problemas inerentes à estrutura e práticas de cada trabalho. Isto é crítico para cada empregado, seja jovem ou idoso. Por exemplo, conhecendo que um trabalho específico tem um risco excessivo de lesão na coluna.

Mas o melhor é estar apto a fazer uma referência cruzada com informações de lesões no passado e tendências de acidente para empregados na mesma atividade e em diferentes locais. Uma compreensão ampla sobre abordagens em segurança na empresa é vantajoso para todos os empregados. Isto é análogo a dispor de rampas em calçadas que são colocadas para pessoas com necessidades especiais. Incontáveis outros benefícios para segurança, incluindo carrinhos de empurrar, trabalhadores em carrinhos e triciclos. Da mesma forma, um ambiente de trabalho seguro para idosos deve empreender inovações como foram feitas para todos.

isaudenet

A Honda Motor Co. Ltda. divulgou no Japão a criação de um dispositivo auxiliar para reduzir a carga corporal nas pernas durante caminhadas, subida e descida de escadas, e em posição de semi-agachamento. O equipamento foi concebido para pessoas capazes de caminhar por conta própria, mas que necessitam de apoio suplementar para as pernas e corpo enquanto executam tarefas, como por exemplo, trabalhadores que passam muito tempo de pé, idosos e pessoas que possuem músculos enfraquecidos (Nota da Edição).

Empresas devem cuidar de seus empregados como um investimento a longo prazo. À medida que os trabalhadores envelhecem há um aumento de riscos de acidentes, mas esses trabalhadores se tornam mais experientes. Verificar que um trabalhador que operava uma empilhadeira mas que desenvolveu, ao longo dos anos, uma clara visão sobre gerenciamento de estoques, ou um operador de campo de que desenvolveu excelentes habilidades de relacionamento com clientes.

Empresas inteligentes que tem cuidadosamente rastreado os detalhes dos ambientes de trabalho e analisado os acidentes e habilidades a longo prazo de empregados ira encontrar uma forma de protegê-los contra riscos enquanto investem em seus novos e seguros potenciais. Construindo um sistema sustentável para a reengenharia de trabalhos mais seguros e protegidos, empregadores não somente irá manter seus trabalhadores protegidos mas sobretudo irá colher o que eles semearam na forma de trabalhadores mais saudáveis e seguros. Irão tambem economizar com despesas médicas e custos fiscais e muito mais produtividade para a sua força de trabalho como um todo.

Joe Perry é co-fundador da Remedy Interactive, uma companhia que desenvolve sistemas para soluções e serviços para capacitação de empresas na prevenção de acidentes de trabalho, aumento da produtividade de trabalhadores e retorno precoce de trabalhadores acidentados. Ele é especializado em reabilitação industrial e fisioterapia.

http://ohsonline.com/articles

Tradução e compilação: Prof. Samuel Gueiros, Med Trab, Coord NRFACIL (algumas expressões foram acrescentadas para entender o contexto brasileiro)

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LIDERANÇAS SEM MEDO DE SEGURANÇA NO TRABALHO


TRABALHO TRANSICIONAL: RETORNANDO AO TRABALHO APÓS UM ACIDENTE


Leia tambem: COMO SOLUCIONAR OS CONFLITOS ENTRE GERAÇÕES


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2Comentários
  • Leonardo de Mello Cabral
    3 de dezembro de 2010 até 17:10

    Eu tive a oportunidade de ver uma série jornalística na TV sobre essa questão dos conflitos das gerações no trabalho e então eu passei refletir sobre isso incluisive nas instuições militares. No lugar onde o que impera são os mais “antigos”, como agir diante de novo panorama que se apresenta e do qual não podemos fugir? Gostaria de discutir mais sobre isso. Aqui acho que é um porto seguro para aprimorar os conhecimentos sobre esse assunto. Obrigado!

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